A crise do mercado da música

A crise do mercado da música
Não só o mercado da música eletrônica como de outros gêneros tem sofrido com agrande crise financeira na venda de CDs. Porém, quem pode ser apontado como culpado nessa história? A internet que permite o download de arquivos de áudio em larga escala, as produtoras que elevam o custo dos álbuns ou as pessoas que não têm consciência e acabam consumindo produtos pirateados?
Bom, esta é uma longa discussão que o jornalista Wyndham Wallace, do The Quietus, abordou há algumas semanas na mídia. Wallace mostrou que hoje a indústria coloca a culpa da precária venda de CDs e da crise do mercado nos usuários da internet que realizam download ilegal, e não em alguns problemas internos do seu próprio meio, como é o caso do alto valor dos álbuns.
O jornalista apresentou como exemplo o caso da Recording Industry Association of America (RIAA), um grupo composto por 13 gravadoras que foi ao tribunal em Nova York movendo uma ação contra o Limewire (software p2p), em 2006, por violação de direitos autorais. As gravadoras pediam uma indenização no valor de US$ 75 trilhões referente ao tanto de músicas que foram disponibilizadas para download, quantia esta que marca até 10 trilhões de dólares superiores ao PIB mundial. No final foi realizado um acordo e aLimewire pagou uma quantia equivalente a US$ 105 milhões, que mesmo assim é absurdamente alto.
Wallace lembrou também que o preço cobrado para a apresentação de alguns músicos é muito alto e que mesmo assim os valores de seus álbuns não são diminuídos. Ou seja, ao que se apresenta, parece que o mercado da música não está sabendo lidar com a nova realidade do mercado.
Desse modo podemos fazer aqui uma analogia aos veículos de comunicação como o jornal, rádio, TV e revista, que também tiverem que repensar o seu papel enquanto veículos de entretenimento ou mesmo de informação. A cada surgimento de uma nova mídia, as anteriores tiveram que buscar novos potenciais para sobreviverem diante da novidade. A ideia era buscar uma forma de ganhar com isso ao invés de acabarem-se simplesmente. Mas você deve estar se perguntando: como?
Wallace coloca que o mercado deveria aproveitar a proliferação das redes sociais e outras ferramentas da internet para divulgar seu trabalho gratuitamente ou com um valor mais baixo, a fim de que as pessoas passassem a adquirir esses produtos, porém com a intenção de ir aos shows destes músicos. Dessa forma, as gravadoras poderiam tirar sua fonte de lucro destes locais e a forma de consumir música seria vista de uma maneira diferente do que foi feito até então.
É claro que não é fácil mudar essa realidade e a discussão pode ir muito além desse artigo. Porém, não podemos deixar de citar boas ideias de caminhos a serem trilhados. Afinal de contas, a internet trouxe sim uma nova forma de ver e pensar sobre produtos e não devemos ser catastróficos quanto a este fato, mas sim perceber seus pontos fortes e aproveitá-los de maneira diferente.

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