DJ tem que ser produtor também?

Com o crescimento vertiginoso do número de DJs que estão na cena eletrônica, surgem debates sobre a profissionalização e consequente aumento da qualidade do trabalho desses profissionais. As tecnologias que se renovam todos os dias facilitam a prática da profissão, mas nem sempre isso significa que um DJ é bom apenas por dominar as técnicas de discotecagem.
O debate esquenta com a questão sobre a necessidade de um DJ ser também um produtor. Para críticos do assunto, isso nem sempre é necessário, pois não adianta um DJ produzir sua música só para ser chamado de produtor se não for bom nisso. Para outros, o DJ ser também produtor facilita sua inserção no mercado.
Há os que digam, inclusive, que o campo da música eletrônica abre espaço para o DJ  que é bom na mixagem de outras músicas e faz sequências com as que acredita serem boas. Também existe espaço para os produtores musicais, que trabalham para outros músicos, assim como para os DJs produtores que criam suas próprias músicas em estúdio. Nesse sentido, o que importa é a qualidade do que cada profissional faz.
DJs que pensam nessa linha, afirmam que o verdadeiro DJ, independente de ser produtor ou não, é aquele que conhece música mais do que qualquer um na pista de dança. AlgunsDJs se dedicam ao conhecimento de um determinado estilo de música. Mas, sobretudo, este profissional é um colecionador de música, um colecionador totalmente viciado em discos.
Nesse sentido, o DJ não entende somente da técnica, mas consegue atingir a pista com música nova e desconhecida, e gosta de compartilhar o que encontra com as pessoas. Ele seleciona músicas ou gravações e através delas cria uma performance improvisada de acordo com o tempo, o lugar e as pessoas. Numa festa ou clube, o DJ não está apenas tocando discos, ele está criando uma atmosfera, gerando sentimentos e respondendo à reação do público.
Por isso, o bom profissional não se resume a ter qualidades técnicas, como mixagens suaves e imperceptíveis, mudanças rápidas e mixar com três toca-discos. Claro que a técnica é importante, senão qualquer um poderia ser o DJ da festa. Mas os profissionais da e-music são unânimes ao afirmarem que o verdadeiro DJ é capaz de balançar uma pista no mais primitivo dos equipamentos, apenas escolhendo uma seleção de faixas adequada, e com algum conhecimento do sistema de som e sua equalização.
O que também reflete neste debate diz respeito a quem é o público do DJ. Em outras palavras, o DJ do eixo comercial, tem mais marketing do que técnica, pois o seu público está mais interessado em ouvir as músicas da moda. Já o DJ do eixo underground tem menos marketing e mais técnica, porque o seu público exige isso.
Assim, é quase que natural o público mais exigente preferir um DJ produtor, não devido ao título, mas porque ele trará um som novo ao seu ouvido. É o caso do site www.djmag.com, que sempre elege os 100 melhores DJs do ano. A lista dos 10 melhores de 2010 engloba nomes como Armin Van Buuren, David Guetta, Tiësto, Deadmau5, Above & Beyond, Paul Van Dyk, Gareth Emery, Markus Schulz, Ferry Corsten e Axwell. Para se ter uma ideia, todos eles são DJs e produtores.

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