SERÁ O FIM DA MÚSICA ELETRÔNICA?

SERÁ O FIM DA MÚSICA ELETRÔNICA? - O artigo publicado recentemente no Jornal Estadão causou furor entre os leitores da coluna de cultura. Na ocasião, a colunista Claudia Assef questionou o futuro da música eletrônica, que poderia estar chegando ao fim devido a sua popularização, o que a tornaria mais um som pop, como tantos outros que perderam as suas particularidades na história da música. Para discutir o tema, ela entrevistou dois grandes nomes do cenário musical sobre o que eles pensam sobre esta teoria.


As figuras em questão são Liam Howlett, do Prodigy, integrante do trio fundador do grupo inglês formado em 1990, e o DJ Frankie Knuckles, considerado um dos criadores da house music. No entanto, eles não parecem preocupados com uma possível transmutação da e-music para uma música pop, “a ponto de afastá-la totalmente de suas raízes”, como afirmou a colunista.

O americano Frankie Knuckles foi parceiro de Larry Levan, já finado, mas tido por muitos como o melhor DJ de todos os tempos. Ele também viveu a época do início da discotecagem e sua alta entre o público. Para Knuckles, as tecnologias existentes, hoje em dia, facilitam a mixagem de músicas e outras de técnicas, sendo que praticamente qualquer pessoa pode fazer isso.

No entanto, para ser um verdadeiro DJ precisa muito mais do que bons equipamentos, pois comandar as picapes é uma arte que precisa de emoção. Além disso, considera normal a popularização de equipamentos que, até pouco tempo, eram quase que exclusividade dos DJs. Sobre o destino da música eletrônica, o DJ declara que não tem a menor ideia do que está para acontecer e acrescenta “mas só posso esperar que ela melhore. A tecnologia trouxe coisas maravilhosas. Agora, cabe a todos os DJs e produtores que estão fazendo música em seus quartos darem um passo adiante. É preciso criar mais músicas memoráveis”.

Enquanto isso, Liam Howlett acredita que a “música eletrônica está superviva”, sendo que parte disso é responsabilidade do dubstep. “É isso que considero uma das coisas mais legais da música eletrônica; ela está sempre mudando. O dubstep representa uma nova fase. Acho que o gênero trouxe uma energia nova para a dancemusic”, afirma.

No entanto, pondera que, apesar do dubstep estar em alta, não significa que o subgênero vai durar para sempre. “Pode ser que o dubstep não dure muito tempo, mas será importante para promover uma transmutação na música eletrônica. Não precisamos de artistas fake como Britney Spears ou Christina Aguilera fazendo dubstep para provar que ele é relevante”, frisa. Por isso, se tratando da opinião de ambos os artistas, nem Claudia Assef e nem os fãs da música eletrônica precisam se preocupar.

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